TATUAGENS, PIERCINGS E O CRISTÃO

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Esse é um assunto controverso e que causa visões diferentes dentro do meio cristão. Aqui nesse postagem segue duas visões diferentes a respeito desse assunto. Tire suas próprias conclusões e não se esqueça de votar sobre o assunto.
"Piercing e Tatuagens", Liberdade ou Escravidão?


Alguns jovens da igreja de hoje estão se deixando influenciar pelo modismo do mundo. Alguns dizem que é necessário para evangelizar as pessoas, outros dizem que a igreja precisa mostrar que não é radical e ainda escutamos diversos absurdos.
Piercings estão cada vez mais comuns em nossos dias. Algo que há menos uma década era olhado com reprovação e preconceito, é hoje visto em homens, mulheres, jovens e até crianças. Se a sociedade parece estar aceitando esses adereços cada vez com mais naturalidade, os cristãos parecem confusos a respeito. Afinal de contas, a questão da aparência ainda é assunto de grande discussão e controvérsia em muitos círculos evangélicos.
A primeira coisa que precisamos ter em mente quando o assunto é aparência pessoal, é que se trata de algo que muda com o tempo e com o lugar. Usos e costumes estão diretamente ligados à cultura. Basicamente uma cultura é formada por três elementos: cosmovisão (a maneira como o povo vê o mundo), sistema de valores (o que é importante para aquele povo) e normas de conduta (o modo como o povo se comporta, e isso diz respeito tanto à vestimenta, como ao modo de se relacionar com os outros, etc.).
Culturas são diferentes de acordo com sua cosmovisão, valores e normas de conduta. Arrotar em público após uma refeição é totalmente aceitável (e até louvável) em certas culturas, e repugnante em outras. Uma mulher com os seios à mostra é normal em muitos países da África (onde a mesma mulher não pode exibir as pernas acima do tornozelo) enquanto que o mesmo é obsceno em outras partes do mundo. Beijar na boca em público é normal aqui no Brasil, mas pode levar alguém à cadeia em certos países islâmicos. Nestes mesmos países islâmicos, um homem não pode andar de mãos dadas com sua esposa, mas pode andar de mãos dadas com outro homem. No Ocidente tal prática evoca idéias de homossexualismo. E por aí vai.
Todas essas coisas são formas de expressão cultural. Podem ser um insulto ou algo escandaloso para os de fora (que não fazem parte da cultura), mas não são necessariamente erradas para quem é daquela cultura. O fato é que nenhuma cultura é totalmente igual à outra e nenhuma cultura está acima da outra. João viu no céu povos de todas as tribos, raças, línguas e nações (grupos étnicos). Todas as culturas possuem elementos que precisam ser valorizados e outros que precisam ser transformados pelo Evangelho. Sendo a aparência pessoal é uma questão de expressão cultural, esta aparência também muda de acordo com a cultura.
Pinturas na face e no corpo estão presentes em diversas culturas. Na Polinésia, os nativos usam a tatuagem para escrever sua história familiar no corpo. A tatuagem e o piercing no umbigo eram comuns no Antigo Egito. Alguns povos usam piercing, brincos e outras formas de alteração do corpo (body modification ou simplesmente bod mod). O problema é que o mundo está ficando pequeno. Estamos nos tornando cada vez mais uma aldeia global. Esta globalização faz com que certos costumes que antes só eram vistos em algumas culturas isoladas e lugares remotos da terra, comecem a se tornar moda em todo o mundo.
A tatuagem de henna é uma exemplo recente desta realidade. E quem são os responsáveis pelo lançamento da moda em nosso mundo dominado pela MTV e Internet? São os artistas, músicos e cantores. São eles quem fazem a moda. Foram os Beatles que popularizaram os costumes orientais no Ocidente. A popularização do piercing foi em 1993 com o vídeo clip "Cryin", do Aerosmith, onde Alicia Silverstone apareceu com um piercing no umbigo. Uma banda de rock, uma balada romântica, uma jovem atriz linda.
Elementos essenciais para fazer a moda pop ou cultura pop, que nada mais é do que uma mistura de culturas e costumes do mundo pós-moderno. Leornard Sweet, professor metodista e um dos mais interessantes pensadores cristãos de nossa época, comenta sobre tatuagens e piercings em seu e-book recente The Dawn Mistaken For Dusk. Ele diz que a razão pela qual "bod mod" é o assunto no 1 nas listas de discussões e bate-papos de jovens cristãos com menos de 20 anos nos EUA é que isso faz parte da cultura jovem pós-moderna atual (e quase global), uma cultura onde a imagem é altamente valorizada.
A ironia disso tudo é que cirurgias plásticas e implante de silicone são coisas cada vez mais aceitas pelos cristãos modernos. Tem personalidades famosas do mundo evangélico brasileiro com o corpo siliconado. Todavia, como diz Sweet, "Cirurgia plástica é uma forma severa de alteração do corpo. Isto é aceito, mas brincos e tatuagens, não são?" Os que defendem o uso de piercing, citam texto na bíblia como na história de Eliezer que deu a Rebeca uma argola de seis gramas de ouro para ser colocada no nariz (piercing?) e, após fazer isto, ajoelhou-se para adorar a Deus - Gn.24.22,47.
Os que defendem dizem que se o primeiro ato fosse pecado ou considerado pagão, então Eliezer não teria adorado a Deus em seguida. E acrescentam que no livro de Êxodo, percebemos que as mulheres dos hebreus usavam brincos e argolas, os quais foram oferecidos como oferta dedicada ao Senhor para a construção do Tabernáculo.
Novamente, acham que Deus não aceitaria de seu povo ofertas que representassem costumes pagãos. E mais o texto mais intrigante se encontra em Ezequiel 16, onde o próprio Deus diz que adornou Jerusalém com jóias, pulseiras, colares, argolas para o nariz e brincos para as orelhas. Ao que parece, tais adornos não eram uma ofensa ao Senhor.
Uma vez que a Bíblia parece não condenar o uso de piercing, por quê deveríamos nós? Nosso desafio não é condenar, mas orientar as pessoas (principalmente os jovens) para os riscos que existem em fazer estas coisas sem uma orientação profissional e cuidados de higiene e saúde. A pessoa está consciente dos riscos de inflamação, doenças contagiosas e "efeitos colaterais" diante da sociedade? Está consciente de que algumas alterações são irreversíveis e, mesmo diante da possibilidade de reversão, podem deixar marcas para o resto da vida? Mais ainda, precisamos falar sobre questões de identidade, valor pessoal e auto-imagem.
Pois são estas as questões mais importantes para quem está considerando qualquer forma de alteração do corpo, seja uma plástica no nariz, implantar silicone nos seios, colocar um piercing ou fazer uma tatuagem. Mas os que denunciam tal prática, explicam inclusive os significados dos Piercings nas partes do corpo mais comumente utilizadas para sua colocação e seu reflexo no mundo espiritual, visto que as partes do corpo citadas abaixo têm uma influência muito grande na vida das pessoas, na área da fala, visão, gestação, sexualidade, sensualidade e outras, além de denotarem os chamados "chacras energéticos".

Significados

Segundo estudos feitos por pastores, estes são os significados:

1. O Piercing colocado no NARIZ significa DOMÍNIO e seu sentido no mundo espiritual é uma distorção do caráter e um direcionamento que causam rebeldia e uma autoconfiança muito exacerbada.

2. O Piercing nas SOBRANCELHAS dá vazão para um APRISIONAMENTO DA MENTE, causando um bloqueio na mente de quem os usa. Para essas pessoas nada tem grande importância principalmente na vida espiritual.

3. O Piercing nas ORELHAS, significa APRISIONAMENTOS EM ÁREAS ESPECÍFICAS do corpo.

4. O Piercing no UMBIGO. Um dos piercings que estão mais na "moda" é colocado no umbigo. Este está na área destinada a ALIMENTAÇÃO. Serve como um local de canalização de espíritos satânicos no corpo de quem os usa. Ele representa a exposição do corpo, visto que as pessoas que os usam gostam de deixá-los à mostra.

5. O Piercing nos LÁBIOS, significa um DOMÍNIO NA FALA; assim como o que é colocado na gengiva. As pessoas que os usam estão propensas a ter insegurança nessa área, dificuldades para uma boa comunicação, etc. Seu significado na vida dessas pessoas é como de um cabresto e pode ser representado na forma de gagueira. A diferença entre o colocado nos lábios e o que é colocado na gengiva, é que o segundo representa a LUXÚRIA.

6. O Piercing nos órgãos genitais traz como significa principal a PROSTITUIÇÃO. Ele pode causar um estímulo intra-uterino para atuação de espíritos nessa área causando esterilidade e outros problemas nas mulheres e, também, nos homens. Ele trás uma atuação na área da prostituição na vida das pessoas que o utilizam.

Os que denunciam, afirmam que nem sempre as pessoas com esses tipos de piercings estarão manifestando esses sintomas que foram ditos. Não, nem sempre. Mas no mundo espiritual elas estão aprisionadas de alguma forma por essas marcas que elas carregam no corpo. Pois está escrito que "Não farão os sacerdotes calva na cabeça, e não raparão os cantos da barba, nem farão lacerações na sua carne". (Levíticos 21:5.) E também: "Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor." (Levíticos 19:28.).

Declarações

1. "Assim como a tatuagem, ele também é uma representação da individualidade, uma tentativa de sair da identidade familiar para a grupal" (Trecho retirado de uma matéria da Galileu -http://galileu.globo.com)

2. "Tatuagem e piercing: em algumas culturas juvenis a pretensão a viver `na margem´ incorpora-se literalmente através de algumas inscrições corporais socialmente percepcionadas como excessivas, transgressoras do espaço de limites e possibilidades legítimas de utilização decorativa do corpo, como a tatuagem e o bodypiercing. [...] A assunção e percepção da radicalidade neste tipo de projectos tem por referência um modelo de corporeidade que é, à partida dissidente, transgressivo, indisciplinado."

3. "...manifestações do bodymodification (piercing) reforça o homem-máquina...- Não deveria ser homem espírito? (nota de Breno Amaral)

4. "...sinônimo de revolta e independência..." (frase de um tatuador)

5. "Fruto do exibicionismo, da loucura ou da simples vontade de se ornamentar, os anéis corporais foram trazidos da cultura underground da costa da Califórnia (USA) e do universo sadomasoquista, por jovens sem preconceitos, que viram nele uma nova forma de exaltar o corpo e as suas zonas erógenas. Outrora os anéis corporais tinham conotações sagradas, dramáticas e classicistas." Carmen Martín - alem-mar.org

6. " Vários ex-satanistas afirmam que um dos principais sinais de uma sociedade estar adotando o satanismo é o aumento no número de pessoas que usam piercings e tatuagens. Em Deuteronômio 14:1 e Levítico 19:28, Deus proibiu a tatuagem, pois andava de mãos dadas com a adoração a Satanás entre os povos vizinhos de Israel naquele tempo. Deus proíbe a perfuração do corpo em Levítico 21:5, igualmente porque era parte do satanismo daquele tempo, e Deus não queria que Israel tivesse nada a ver com essas práticas ou outras manifestações físicas delas." - http://www.espada.eti.br/n1514.asp

7. Todos os Piercings indianos são dedicados a deuses e/ou ídolos regionais e territoriais. A partir do momento que você coloca um Piercing em seu corpo você está sujeito a uma atuação demoníaca, mesmo que você não queira ou não saiba que isso vai acontecer.

Fonte: Gospel músicas, Pregações e Debates.


COSTUMES DE TRIBOS UNDERGROUND NAS IGREJAS



Muito tem-se discutido acerca da cultura underground que ganha cada vez mais espaço nas igrejas evangélicas. Na internet, encontra-se facilmente fóruns com o tema. Depois de ler várias opiniões sobre o assunto, percebi que fala-se muito e não se diz nada. O assunto não é visto como deveria, através também de um viés sociológico sobre o fenômeno das subculturas em nossa sociedade e sobre a postura da igreja em relação a isso. É explícita a completa falta de contextualização ao citar versículos bíblicos nesses debates e sente-se marcante presença das "idéias e frases prontas", aquelas que as pessoas usam mas sem saber o sentido do que dizem. Apenas sabem quando usá-las, mas não têm idéia do que elas significam na verdade. Nas linhas que se seguem, vamos descrever de forma sucinta o que a bíblia diz sobre o estilo underground e algumas de suas peculiaridades, como o uso de piercing, brincos, tatuagem, etc, a fim de elucidar a questão e a mente daqueles que se encontram enganados em toda a sua sinceridade.

O cristianismo é um estilo de vida transcultural. Se a bíblia nos trouxesse em si alguma cultura, esta seria a cultura palestina do 1º século , que foi a época em que os escritores do novo testamento viveram. Mas desde esses tempos remotos, o mundo girou muitas vezes, culturas e impérios surgiram e desapareceram, mas a igreja permaneceu e aqui estamos. Considero uma absurda arrogância dizer que a nossa cultura ocidental é a cultura mais ortodoxa, deixando assim subtender que a própria igreja de Cristo e o resto do mundo por todos os séculos passados viveram em trevas e em pecado até agora em nossos dias. Se devemos discutir a questão pelo viés dos usos e costumes, devemos então admitir que todos são hereges, pois mesmo as igrejas mais tradicionais não cultuam a Deus como a igreja primitiva de Atos.

Uma grande deficiência da igreja moderna também ligada à questão é a interpretação incorreta das escrituras. A igreja não tenta compreender os princípios dos mandamentos que lhe foram dados pelos autores, mas tenta segui-los literalmente, como em uma religião qualquer. Devemos ter em mente que, quando Paulo, por exemplo, escreveu sua carta aos Coríntios, ele escreveu aos Coríntios, e não a mim. Imagine só, que você hoje escreva uma carta para um amigo, contendo várias respostas à uma carta que seu amigo havia lhe enviado anteriormente. Agora imagine que, no ano 4010, alguém encontre essa carta e a leia (suponha que essa pessoa conheça a língua na qual você a escreveu, porque, provavelmente, ela já estará em desuso há muito tempo). O que você acha que essa pessoa, no ano 4010, vai entender? Provavelmente ela entenda alguma coisa. Mas ela vai entender realmente o que você quis dizer? Se essa pessoa quiser entender a mensagem real dessa carta, ela terá que pesquisar sobre a sua vida, a vida de seu amigo, o motivo que levou vocês a enviar cartas um ao outro, deduzir o conteúdo da carta que seu amigo lhe escreveu antes, etc. É exatamente assim que funciona com a bíblia também. Se leio a primeira carta aos Coríntios, eu entendo alguma coisa. Mas será que eu estou entendendo o que a igreja de Corinto entendeu quando recebeu e leu a carta? Será que eu sei o que Paulo queria dizer? Por que Paulo lhes escreveu? Por que eles escreveram a Paulo antes? Como era o mundo há dois mil anos atrás? Como pensavam as pessoas há dois mil anos atrás? Destarte, compreendemos que devemos conhecer e aplicar os princípios que geraram os mandamentos, e não seguir os mandamentos em si simplesmente "porque estão escritos." Todo mandamento tem um princípio, e é isso que devemos compreender.

Devemos esclarecer que o movimento underground deve ser considerado um movimento de subcultura. O termo subcultura é utilizado sociologicamente para se referir a um grupo de pessoas cujo comportamento tem características que o separa da cultura maior (ou dominante) da sociedade na qual ele se desenvolve. Tais grupos são considerando subculturas e não culturas propriamente ditas porque são ligados à cultura maior (ou dominante) e apresentam traços dela. Cada cultura traz em si sua maneira de vestir, falar e pensar, e com as subculturas isso não é diferente. As chamadas "tribos urbanas" adotam visuais chocantes que fogem aos padrões da cultura maior ou dominante, têm seu próprio vocabulário e têm também e principalmente uma outra maneira de ver o mundo, que muitas vezes batem de frente ao pensamento corrente na cultura maior. Vamos aqui nos deter apenas no que diz respeito ao visual dessas tribos, causa de tanta controvérsia no meio evangélico.

O meio evangélico tradicional argumenta que devemos nos apartar do visual underground pois não devemos nos contaminar com as coisas do mundo, mas que devemos ser diferentes, ser luz. É sempre citado João 2:15, que diz: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele." Veja bem: já parte-se do pressuposto que o visual das tribos underground é "do mundo". Primeiro ponto: por quê é "do mundo"? Segundo ponto: o que é "mundo"? O primeiro ponto ninguém nunca soube me explicar. O segundo, explico nas linhas que se seguem.

Estamos lendo uma carta que João escreveu para algumas igrejas residentes em lugares próximos uns dos outros; pequenas congregações da Ásia Menor, necessitadas de instrução e conselhos que as ajudassem a viver em plenitude o testemunho da sua fé em Jesus Cristo. Opa, espere aí: então a carta não é pra mim? Não, não é pra você. A carta era para algumas igrejas que existiram há quase dois mil anos atrás. Então, como explicado nos parágrafos anteriores, vamos tentar entender o que os destinatários originais da carta entenderam. João lhes disse que eles não deveriam amar o mundo e nem as coisas que há nele. O que então é o "mundo" e o que são "as coisas que há nele"? Não foi o mesmo João que escreveu no evangelho de João que "Deus amou o MUNDO de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna"? Espere aí: quer dizer que Deus amou o MUNDO mas nós não podemos amá-lo? Mas não foi Deus quem criou o MUNDO em Gênesis? Então a bíblia diz que Deus criou o MUNDO e João diz que Deus o amou mas que nós não podemos amá-lo? Que confusão, hein?

Encontramos na bíblia palavras diferentes que foram traduzidas para o português como "MUNDO". Existe na verdade o MUNDO que se refere à criação (como o que Deus criou em Gênesis), o MUNDO que se refere às pessoas em geral (como o de João 3:16) e o MUNDO que João diz que não devemos amá-lo. Esse MUNDO, no grego, é COSMOS, e diz respeito a um SISTEMA organizado e liderado por Satanás, que inclui os que não aceitam a Jesus Cristo e se opõem à vontade de Deus. Esse é o MUNDO que não devemos amar. E o próprio João, no versículo seguinte, expõe o que são as "coisas que há no mundo": "porque tudo que há NO MUNDO, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede DO MUNDO". Logo, vê-se que João não estava tendo uma revelação de Deus para uma igreja preocupada com mesquinharias que surgiria num país que ainda seria descoberto quase 1.500 anos depois de sua morte. João não estava se referindo a nenhuma tribo underground nem da nossa época nem da dele.
Em relação ao uso de tatuagens, é usado o texto de Levítico 19:28: "Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o Senhor." Este versículo é ainda mais problemático. Vamos supor que devemos segui-lo à risca, como está escrito. Se devemos seguir Levítico 19:28, devemos seguir também Levítico 19:27 (apenas um versículo antes) que diz: "Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba". Ou seja, todo homem na igreja deve ser barbudo com o cabelo quadrado. Se devemos seguir Levítico 19:28, vamos voltar agora dois versículos, e seguir também Levítico 19:26 que diz: "Não comereis coisa alguma com sangue, não agourareis, nem adivinhareis". Quem consegue comer carne que não tenha pelo menos um pouquinho de sangue? Então, todo homem crente dever ser barbudo, do cabelo quadrado e vegetariano. Não é isso que eu vejo naqueles que usam esse versículo para proibir tatuagem. Por que Levítico 19:28 deve ser observado e os versículos anteriores (e posteriores que não vou nem citar aqui) não? Depois, pegue sua bíblia e leia todo o capítulo 19 de Levítico. Por que extrair só um versículo? Simples: conveniência. Para provar o que se quer provar. Para sustentar um preconceito. Nos parágrafos acima vimos que não devemos seguir um mandamento de forma literal simplesmente porque "está escrito". Devemos, na verdade, entender o princípio que levou ao estabelecimento daquele mandamento. Então, por que foi ordenado aos israelitas em Levítico 19:28 que não ferissem a própria carne e que não fizessem marca alguma sobre ela?

Esse mandamento se encontra repetido também em Deuteronômio 14:1: "Filhos sois do Senhor, vosso Deus; não vos dareis golpes, nem sobre a testa fareis calva por causa de algum morto". Esta proibição de fazer cortes e marcas sobre o corpo se destinava, na verdade, a evitar toda contaminação possível com um rito pagão cananeu de fazer incisões e marcas no próprio corpo em honra a Baal, o deus cananeu da fertilidade. Então, esse mandamento foi ordenado para evitar que o povo judeu se contaminasse com qualquer rito pagão dos seus vizinhos cananeus. Vemos então que esse versículo também não serve de suporte a preconceitos e doutrinas. Se serve, então teremos problemas com os outros versículos do mesmo capítulo de Levítico 19. É só escolher.

Em relação ao uso de brincos e piercings, a bíblia nos mostra que as mulheres israelitas usavam piercing. Em Isaías 3:21, lemos: "os sinetes e as jóias pendentes do nariz...". Esse versículo reflete o costume da época de perfurar um lado da narina para colocar nela um brinco (comentário da Bíblia de Estudo Almeida). No contexto desse versículo, Deus está repreendendo as filhas de Sião, dizendo que irá retirar delas todos os seus adornos, "visto que são altivas as filhas de Sião e andam de pescoço emproado, de olhares impudentes..." (Isaías 3:16). O problema, na verdade, não são os adornos, mas o caráter das filhas de Sião. Vemos então que o piercing era um costume das mulheres de Israel e que NUNCA foi repreendido pelo Senhor, pois nesse contexto o que é repreendido é o caráter das filhas de Sião. Se o próprio Deus não repreendeu esse costume, então quem o irá?

Alguns simplesmente acham que tudo isso não é certo nem errado, mas que deve ser evitado porque é "escândalo". Não devemos "escandalizar" os irmãos. Mas o que é "escândalo"? Jesus disse que "é impossível que não venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos." (Lucas 17:1,2). A idéia dos partidários da doutrina do escândalo é que se eu uso um visual chocante, e alguém me vê e se "escandaliza", então, de acordo com o versículo, seria melhor que alguém amarrase uma pedra de moinho no meu pescoço e me jogasse no mar. Será isso que Jesus quis dizer? Claro, óbvio que não. A palavra "escândalo" no grego é "skándalon" (de onde se derivou a palavra portuguesa escândalo) e significa tropeço ou armadilha, símbolo daquilo que incita ao pecado ou à perda da fé. Escândalo é todo ensino, palavra, obra ou omissão que incita o outro a pecar. Um visual underground não "escandaliza" ninguém, a não ser que uma pessoa comece a falar mal da outra pelo seu jeito diferente de vestir. Nesse caso, a questão não é o visual underground ou o visual "padrão do sistema", a questão é o caráter do maldizente.

O grande problema, na verdade, não está na bíblia. Está nas pessoas que têm dificuldade em aceitar o diferente. Isso não acontece só na igreja. Isso é um problema comum a toda a sociedade e que se encontra presente na igreja, que tenta justificar essa sua posição em versículos descontextualizados, que nada têm a ver com o assunto. Em Apocalipse, João viu "grande multidão, que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos..." (Apocalipse 7:9). Me indago sobre como será no céu o relacionamento dessas pessoas que têm dificuldade em aceitar o diferente com outras pessoas de culturas muito diferentes. Por exemplo, se temos em nossas igrejas brasileiras alguma apresentação de danças africanas em louvor a Deus, todos acham o máximo, pois é algo que não acontece sempre. É uma atração diferente. Todos dizem: "Que legal o jeito dos irmãozinhos africanos louvarem a Deus!". Mas dizem isso porque os "irmãozinhos africanos" vivem bem longe, lá na África, do outro lado do Atlântico. Queria ver se estivessem conosco todos os cultos louvando a Deus de seu modo barulhento e alegre. Com certeza seria necessário haver uma congressão só para eles, porque os mesmos que acharam "o máximo" aquela única apresentação de dança africana não iria dividir com eles todos os cultos. Isso é corroborado pela exclusão das tribos underground das igrejas. A raiz do problema está no preconceito. Alguns argumentam que não têm preconceito porque tentam buscar pessoas de tribos underground para a igreja. Mas como não têm preconceito se quando essas pessoas entram na igreja, têm que cortar o cabelo, tirar os brincos, trocar as roupas, etc, ao invés de trocar apenas de coração? Seria isso conversão? Não é isso que vejo em minha comunidade, a Caverna de Adulão, que surgiu justamente dessa deficiência da igreja em aceitar o diferente. Quando a Caverna de Adulão surgiu, no início da década de 90, ela era apenas um ministério que trabalhava em conjunto com as igrejas, e não uma comunidade como é hoje. O objetivo era alcançar jovens de subculturas diferentes, principalmente os "headbangers" (metaleiros), quando a capital mineira era considerada a capital nacional do Heavy Metal. Esse jovens que eram alcançados eram então encaminhados pela Caverna de Adulão a diversas igrejas, para ali serem tratados e crescer na fé. Mas não foi isso o que as igrejas fizeram. Esses jovens começaram a ser oprimidos dentro das igrejas e não eram compreendidos. Daí, ao perceber que muitos deles já estavam se extraviando, surgiu a necessidade de se reunir todos esses jovens e a Caverna de Adulão se constituiu então como comunidade.

Ser uma nova criatura não é ser 100% diferente do que se era antes de Jesus. Muitos dizem que ao se converter, pessoas provenientes de tribos underground devem mudar o seu visual porque agora são "novas criaturas em Cristo". Seguindo essa lógica de raciocínio, então as pessoas que não eram de alguma tribo underground deveriam então se tornar agora parte de alguma, porque agora é "nova criatura" também. Percebe-se que esse pensamento baseia-se no pressuposto de que tribos undergound são "do mundo". Isso já foi explicado em parágrafos anteriores. Visual underground não é mais certo nem mais errado que o visual padrão do sistema imposto pela classe burguesa. Ambos são simplesmente amorais.

Conclui-se então que não existe base bíblica para proibir o visual das tribos underground nas igrejas. Muito poderia ainda ter-se discorrido sobre o assunto, mas o exposto acima é suficiente para destruir os pilares principais das doutrinas humanas repressivas e preconceituosas de líderes e liderados (ou manipulados) que se preocupam demais com o material e externo e pouco com o transcendente e eterno.
Glauber Ataíde


CUIDADO PARA NÃO SERMOS OS JUIZES DE DEUS...


Texto fora do contexto é pretexto para heresia... Bem, antes de falar acerca do assunto, falarei de mim e meu contexto... Tenho um Studio em BH e sou piercer, estou totalmente inserido no mundo da tatuagem e do piercing. As tattoo’s e piercings que tenho foram feitas após a minha conversão e todas as tattoo’s têm um significado pra mim que denota a minha fé.

Afirmar que o corpo é templo do Espírito Santo é uma verdade inquestionável, só que o referido texto (I Co 6:19) fala de prostituição, de profanar o templo de Deus com o pecado, e nenhuma alusão a qualquer coisa que lembre tatuagens, piercings, comer pimenta, e afins.

Acredito que Deus possa falar ao coração de uma pessoa acerca de tatuagens e piercing’s, com o propósito da mesma não fazer, ou até mesmo retirar as que têm, não duvido disto, porém não podemos esquecer que Deus trata com cada um de forma pessoal. Os planos d'Ele para a vida de uma determinada pessoa não são os mesmos para a minha, e ambos podemos fazer a vontade Dele. Com certeza, Deus não faz acepção de pessoas, e sendo assim, exatamente por este motivo, uma pessoa que tenha os itens relativos a este pequeno estudo, podem ser alcançadas pela mesma graça redentora. Rebeldia é algo muito mais complexo do que tatuagem e/ou piercing. Desrespeitar os pais, não amar seu próximo, julgar as pessoas pela aparência, com certeza é rebeldia.

Bem antes da época de Jesus, piercing’s e tattoo’s já existiam (Gn 24:22 e 47). Se "pendente de nariz" não é uma perfuração, então não sei mais o que é. Poderemos ser a imagem de Jesus a partir do momento que vivermos o que ele viveu, cumprirmos seus designos e vontades, olhar as pessoas como Cristo olhou, sem preconceitos e verdades pessoais, mas cheio de bondade, amor e as "boas novas do evangelho".

O que fazer?

O que a Bíblia fala: Se sua consciência (cristã, é claro) te condena, não faça. Sou membro da Caverna de Adulão, um ministério Underground que trabalha TAMBÉM com pessoas que usam um visual diferente, tatuagens e piercings; pra mim, é uma questão cultural, é algo que gosto e que Deus nunca me cobrou.

PIERCINGS, EVANGELHO E CULTURA. Sandro Baggio

Piercings estão cada vez mais comuns em nossos dias. Algo que há menos uma década era olhado com reprovação e preconceito, é hoje visto em homens, mulheres, jovens e até crianças. Se a sociedade parece estar aceitando esses adereços cada vez com mais naturalidade, os cristãos parecem confusos a respeito. Afinal de contas, a questão da aparência ainda é assunto de grande discussão e controvérsia em muitos círculos evangélicos.

A primeira coisa que precisamos ter em mente quando o assunto é aparência pessoal, é que se trata de algo que muda com o tempo e com o lugar. Usos e costumes estão diretamente ligados à cultura.

Basicamente uma cultura é formada por três elementos: cosmovisão (a maneira como um povo vê o mundo), sistema de valores (o que é importante para aquele povo) e normas de conduta (o modo como um povo se comporta, e isso dizem respeito tanto à vestimenta, como ao modo de se relacionar com os outros, etc.).

Culturas são diferentes de acordo com sua cosmovisão, valores e normas de conduta. Arrotar em público após uma refeição é totalmente aceitável (e até louvável) em certas culturas, e repugnante em outras. Uma mulher com os seios à mostra é normal em muitos países da África (onde a mesma mulher não pode exibir as pernas acima do tornozelo) enquanto que o mesmo é obsceno em outras partes do mundo. Beijar na boca em público é normal aqui no Brasil, mas pode levar alguém à cadeia em certos países islâmicos. Nestes mesmos países islâmicos, um homem não pode andar de mãos dadas com sua esposa, mas pode andar de mãos dadas com outro homem. No Ocidente tal prática evoca idéias de homossexualismo. E por aí vai. Todas essas coisas são formas de expressão cultural.

Podem ser um insulto ou algo escandaloso para os de fora (que não fazem parte da cultura), mas não são necessariamente erradas para quem é daquela cultura. O fato é que nenhuma cultura é totalmente igual à outra e nenhuma cultura está acima da outra. João viu no céu povos de todas as tribos, raças, línguas e nações (grupos étnicos). Todas as culturas possuem elementos que precisam ser valorizados e outros que precisam ser transformados pelo Evangelho.

Sendo a aparência pessoal é uma questão de expressão cultural, esta aparência também muda de acordo com a cultura. Pinturas na face e no corpo estão presentes em diversas culturas. Na Polinésia, os nativos usam a tatuagem para escrever sua história familiar no corpo. A tatuagem e o piercing no umbigo eram comuns no Antigo Egito. Alguns povos usam piercing, brincos e outras formas de alteração do corpo (body modification ou simplesmente body modi).

O problema é que o mundo está ficando pequeno. Estamos nos tornando cada vez mais uma aldeia global. Esta globalização faz com que certos costumes que antes só eram vistos em algumas culturas isoladas e lugares remotos da terra, comecem a se tornar moda em todo o mundo. A tatuagem de henna é um exemplo recente desta realidade.

E quem são os responsáveis pelo lançamento da moda em nosso mundo? Os meios de comunicação em massa, que muitas vezes mostram artistas, músicos e cantores usando determinada roupa, adereço, estilos diferentes muitas vezes copiados por nós, ou porque não dizer, copiados de nós. Isto mesmo!!!

Citando dois exemplo: Os Rapper’s americanos não inventaram um estilo de roupa e ornamentos, eles já existiam, porém foram popularizados pela mídia. A popularização de alguns costumes orientais no Ocidente teve forte influência dos Beatles, quando estavam em sua fase “Flower and Power”. Muitas das batas, camisões e pantalonas que vemos hoje em nossas ruas, praças, e até na igreja, foram uma influência direta da que é chamada a “maior banda de todos os tempos”, porém, são “politicamente aceitas” por muitas de nossas lideranças. A popularização do piercing foi em 1993 com o vídeo clipe "Cryin", do Aerosmith, onde Alicia Silverstone apareceu com um piercing no umbigo. Uma banda de rock, uma balada romântica, uma jovem atriz linda. Elementos essenciais para fazer a moda pop ou cultura pop, que nada mais é do que uma mistura de culturas e costumes do mundo pós-moderno.

Leornard Sweet, professor metodista e um dos mais interessantes pensadores cristãos de nossa época, comenta sobre tatuagens e piercings em seu e-book recente "The Dawn Mistaken For Dusk". Ele diz que, a razão pela qual "body modi" é o assunto nº.1 nas listas de discussões e bate-papos de jovens cristãos com menos de 30 anos nos EUA, é pelo fato disto fazer parte da cultura jovem pós-moderna atual (e quase global), uma cultura onde a imagem é altamente valorizada.

A ironia disso tudo é que cirurgias plásticas e implante de silicone são coisas cada vez mais aceitas pelos cristãos modernos. Tem personalidades famosas do mundo evangélico brasileiro com o corpo siliconado. Todavia, como diz Sweet, "Cirurgia plástica é uma forma severa de alteração do corpo. Isto é aceito, mas brincos e tatuagens, não são?”.

Na Bíblia lemos à história de Isaque que deu a Rebeca uma argola de seis gramas de ouro para ser colocada no nariz (piercing) e, após fazer isto, ajoelhou-se para adorar a Deus. Penso que se o primeiro ato fosse pecado ou considerado pagão, então Isaque não teria adorado a Deus em seguida.

No livro de Êxodo, percebemos que as mulheres dos hebreus usavam brincos e argolas, os quais foram oferecidos como oferta dedicada ao Senhor para a construção do Tabernáculo. Novamente, não penso que Deus aceitaria de seu povo ofertas que representassem costumes pagãos.

O texto mais intrigante para mim se encontra em Ez 16.11-12: “Também te adornei com enfeites, e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas, e linda coroa na cabeça” (ARA), onde o próprio Deus diz que adornou Jerusalém com jóias, pulseiras, colares, argolas para o nariz e brincos para as orelhas. Ao que parece, tais adornos não eram uma ofensa ao Senhor.

Uma vez que a Bíblia parece não condenar o uso de piercing, por que deveríamos nós?

Nosso desafio não é condenar, mas orientar as pessoas (principalmente os jovens) para os riscos que existem em fazer estas coisas sem uma orientação profissional e cuidados de higiene e saúde.

A pessoa está consciente dos riscos de inflamação, doenças contagiosas e "efeitos colaterais" diante da sociedade? Está consciente de que algumas alterações são irreversíveis e, mesmo diante da possibilidade de reversão, podem deixar marcas para o resto da vida? Mais ainda, precisamos falar sobre questões de identidade, valor pessoal e auto-imagem. Pois são estas as questões mais importantes para quem está considerando qualquer forma de alteração do corpo, seja uma plástica no nariz, implantar silicone, colocar um piercing ou fazer uma tatuagem.

TATUAGEM EXEGÊSE E HERMENÊUTICA

Podemos perceber que a palavra tatuagem tem sido muitas vezes tratada de forma repugnante no meio cristão, mas nem sempre é explicado o porque. O propósito deste breve estudo é analisar a palavra utilizando o contexto em que ela foi empregado para assim, compreendermos o seu emprego nas Escrituras.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS:

Lv 19:27-28 – “Não farão calva na sua cabeça e não cortarão as extremidades da barba, nem ferirão sua carne. Santos serão ao seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem ofertas queimadas do SENHOR. Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR.”

Dt 14:1-2 – “Filhos sois do SENHOR, vosso Deus; não vos darei golpes, nem sobre a testa fareis calva por causa de algum morto”. Porque sois povo santo do SENHOR, vosso Deus, e o SENHOR vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio.

ANÁLISE DOS VERSÍCULOS

- Não ferireis a vossa carne. - Essa é uma proibição contra as mutilações. Muitos povos pagãos lamentavam-se desse modo pelos mortos. Quem lamentava por um morto cortava-se como se fosse um sinal de consternação pela morte de um parente ou amigo, pensando que isso adicionava algo à sinceridade de sua lamentação. Tais atos eram estritamente proibidos em Israel. (Jr 16:6, 41:5; Lv 21:5 e Dt 14:21).

- Nem fareis marca nenhuma sobre vós. A tatuagem era praticada entre várias nações antigas, algumas vezes em conexão com as práticas da idolatria. Figuras, marcas ou letras eram tatuadas sobre a pele mediante a injeção de tintas na epiderme. Queimar com ferro em brasa era outra maneira de tatuar. Um escravo tinha a marca de seu proprietário impresso sobre ele; as prostitutas também eram assim marcadas; palavras sagradas eram tatuadas na pele dos adoradores pagãos.

- Eu sou o Senhor. Essa forma, como aquela mais completa, “eu sou o Senhor teu Deus”, assinala divisões no livro de Levítico, o que acontece por dezesseis vezes, só neste capítulo dezenove de Levítico.

Formar os cabelos em curva redonda nas têmporas e na barba, ou a incisão de padrões na pele faziam parte das práticas pagãs de luto, e, como tais, eram proibidas. Desfigurar a pele, que provavelmente incluísse alguns emblemas das divindades pagãs, desonrava a imagem divina de Deus. A perda de um ente querido devia ser aceita como parte da vontade de Deus para a vida do indivíduo, e nenhuma tentativa deveria ser feita para propiciar o falecido de qualquer maneira.

ANÁLISE LEXOGRÁFICA

Esta palavra portuguesa vem do Taitiano “tatau”, a reduplicação da palavra “ta”, que significa “marca”, “sinal”. Está em foco, uma marca indelével, feita mediante técnicas próprias, picando a pele e inserindo algum pigmento sob a mesma. Embora, provavelmente, não haja nenhuma alusão direta à técnica da tatuagem nas páginas da Bíblia, essa tem sido considerada uma interpretação possível em três situações aludidas na Bíblia, a saber:

1. Oth – sinal Palavra usada por setenta e nove vezes no Antigo Testamento, conforme se vê, por exemplo, em Gn. 1.14; 4.15; Ex. 4.8,9, 17, 28,30; Nm. 14.11; Dt. 4.34; 6.8,22; Js. 4.6; Jz. 6.17; I Sm. 2.34; II Rs. 19.29; Ne. 9.10; Sl. 74.4,9; Is. 7.11,14; 8.17; Jr. 10.2; Ez. 4.3; 20.12,20.

O termo Grego correspondente é semeîon - sinal -, usado por quarenta e oito vezes, conforme se vê, por exemplo, em: Mt. 12.38; Lc. 2.12; Jô. 2.18; At. 2.19, 22, 43; Rm. 4.11; I Co. 1.22; II Co. 12.12; II Ts. 2.9; Hb. 2.4; Ap. 15.1.

2. Chaqaq - gravação, cavar Com esse sentido, é usada por duas vezes: Is. 22.16 e 49.16. Na última dessas referências, a idéia é que, gravando os nomes de Seu povo em Sua mão, jamais se esqueceria deles.

3.Seret - incisão, corte Essa palavra só aparece em Lv. 19.28, onde se lê: “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR”. O termo Seret é traduzido ali como ferireis. Isto pode até parecer uma clara proibição do uso de tatuagens, entre os judeus.

Alguns tem pensado que o trecho de Lv 19.28, sem dúvida, alude à prática da tatuagem. Mas, embora algumas versões estrangeiras tenham traduzido o vocábulo hebraico seret, ali usado, como tatuar, os estudos feitos quanto aos costumes de lamentação e luto pelos mortos indicam freqüentes associações de cortes feitos no corpo ou pinturas, com o raspar dos cabelos, mas nunca com tatuagens, que se revestem de outro sentido. Por semelhante modo, qualquer situação retratada nas Escrituras que possa ser interpretada como indício da prática das tatuagens tem base meramente conjectural, e não se escuda sobre qualquer inferência etimológica ou etnológica.

CONCLUSÃO Nos comentários das Bíblias de Estudo de Genebra e Plenitude, apenas relatam o fato de não marcarem o corpo com mutilações por causa dos mortos, não referindo diretamente à prática de Tatuagem.

Contudo observando historicamente as práticas de outras nações, o povo de Israel é advertido a não praticar tais atos para que não fossem confundidos, e por tais atos estarem diretamente ligados à idolatria e à prostituição. No âmbito geral da situação, percebemos que isso era uma prática cultural, não transcendendo, em alguns casos, aos dias de hoje.

É importante lembrar, que não devemos ser escândalo para nossos irmãos:Rm 14:13 - “Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão”.II Co 6: 3 - “... não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado”. A prática da tatuagem nos dias de hoje tem sido uma forma de expressão por parte de muitos jovens. Ao contrário dos tempos em que Israel foi advertido, a tatuagem hoje tem um sentido bem diferente. Isso não isenta algumas culturas de praticarem o ato como forma de idolatria, mas no Brasil o sentido tem sido apenas uma forma de expressão.

Meu comentário pessoal e crítico sobre o assunto é que a tatuagem não impede a pessoa de ter um relacionamento intimo com o Senhor, porém deve-se observar alguns pontos antes de se fazer uma tatuagem.Devemos antes de tudo preservar a santidade, no que se diz respeito ao corpo e o fato de que podemos estar servindo de motivo de escândalo e zombaria de outrem.

Todas as palavras acima também são cabíveis ao uso de Body Piercing, Cirurgias Plásticas, Lipoaspirações e qualquer tipo de dilaceração do corpo que não seja necessário à saúde. Sendo assim, toda forma de dilaceração que não há envolvimento com os rituais pagãos não se encaixam em Lv. 19:28 - Texto esse que muitos tomam como base para proibirem a tatuagem.

Apenas um pequeno comentário acerca de um erro de exegese ocorrido por quem defende o uso de tatuagens, mostrando assim que uma tradução mal feita do texto da margem para erros de ambas as partes:

Apocalipse 19:16: “No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.” Em algumas versões, o termo “escrito o nome” é trocado por tatuado.

Vamos quebrar a frase: Sintaticamente, temos o seguinte:

- Sujeito da Frase: Coxa - Objeto Direto da Frase: Nome - Vocativo referente ao sujeito: No Manto Por definição temos que vocativo é:

"...É uma referência à 2ª pessoa, um apelo, um chamado, e é usado para o nome que identifica a pessoa (animal, objeto etc.) a quem se dirige e/ou ocasionalmente os determinantes de tal nome. Uma expressão vocativa é uma expressão de referência direta, em que a identidade da parte a quem se fala é expressamente declarada dentro de uma oração..." (retirado do Wikipedia)

Portanto, o que quer dizer na frase não é que o nome esteja tatuado na coxa, mas sim escrito no Manto na altura da coxa.

Vamos ao original em Latim:

19:16 - et habet in vestimento et in femore suo scriptum rex regum et Dominus dominantium.

Ressalto que o verbo empregado é SCRIPTUM, ou seja, escrito!!! Para que seja tatuado, o verbo a ser utilizado deveria ser PINGERE, ou seja:

19:16 - et habet in vestimento et in femore suo pingerum rex regum et Dominus dominantium.

Em Grego temos:

19:16 - kai ecei epi to imation kai epi ton mhron autou to onoma graphammenon basileuV basilewn kai kurioV kuriwn.

O verbo “escrever” em grego é: graphon; já o verbo “tatuar” em grego é: prosanagrapheia.

O QUE É ESCANDALIZAR???

Alguns preferem adotar uma postura mais defensiva sobre o assunto sem se aprofundar demais em debates, dizendo que tais adereços devem na verdade ser evitados porque são "escândalo". Não devemos "escandalizar". Mas o que é "escândalo"?

Jesus disse que "é impossível que não venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos." (Lucas 17:1,2). A conclusão lógica a que chegamos então é que se eu uso um visual diferente do resto da massa e alguém me vê e se "escandaliza" (no sentido que eles dão à palavra), então, de acordo com o versículo, seria melhor que alguém amarrasse uma pedra de moinho no meu pescoço e me jogasse no mar. Será isso que Jesus quis dizer? Creio que não.

A palavra "escândalo" no grego é "skándalon" (de onde se derivou a palavra portuguesa escândalo) e significa tropeço ou armadilha, símbolo daquilo que incita ao pecado ou à perda da fé. Escândalo é todo ensino, palavra, obra ou omissão que incita o outro a pecar.

Um visual underground por si só não é escândalo no sentido bíblico do termo. Escândalo seria, em nosso caso, o exemplo citado anteriormente neste texto em que uma mulher é levada a usar um piercing no umbigo apenas por uma motivação luxuriosa. Agindo assim, ela voluntariamente poderia despertar em outras pessoas desejo sexual por estar expondo determinada parte de seu corpo, ou seja, poderia estar incitando alguém a pecar. De outra forma, não é escândalo. Particularmente, conheço muitas mulheres (não cristãs inclusive) que têm piercing no umbigo mas que nunca vi usando uma blusa que o expusesse; dizem que o usam simplesmente porque gostam. Não há problema algum nisso. Quando os setenta (ou 72, há dúvidas) tradutores do Velho Testamento para a língua grega (a Septuaginta), por ordem e encomenda de Ptolomeu II, encontraram um termo hebraico que se referia ao comportamento que levava a uma "queda" moral - o que não tinha exata tradução - socorreram-se da palavra grega clássica skandalon, "obstáculo", algo que causava um tropeço. Uma pedra no meio do caminho, por exemplo, era skandalon. Fossem paisagens tropicais, skandalon podia ser uma simples casca de banana. A palavra passou-se depois para a Bíblia latina, a Vulgata, onde se encontra, em várias passagens, a palavra scandalum. O sentido moderno de "escândalo" evoluiu, e não é mais só a causa de uma queda; é também o seu efeito público. Por outro lado: se dissermos ser salutar evitar um escândalo, soaremos... óbvios. Óbvio? Pois ÓBVIO é - na raiz - precisamente isso, "o obstáculo evitado", já que é formação latina de ob-, "em direção a" + viam, "caminho", estrada", donde o "óbvio" ser um caminho livre, é claro! [Francês medieval SCANDALE, "causa de pecado" <>COM RELAÇÃO À SENSUALIDADE E VAIDADE... Bom, na grande maioria das vezes, o piercing, a tatuagem, a maquiagem, a cirurgia plástica tem caráter puramente estético. A sensualidade não está no piercing ou tatuagem que uma determinada pessoa possa estar usando, independente do lugar, mas está na pessoa. Existem pessoas tão "sem sal" que mesmo esta usando a roupa mais decotada do mundo, um piercing do tamanho de um puxador de cortina, ela continua "apagada". De contra partida, existem mulheres e homens, que independente de acessórios, chamam a atenção para si quase que naturalmente. Dentro de nosso contexto evangelical, acho que o melhor a se pensar é o porquê de você querer usar um piercing ou uma tatuagem, independente de qualquer outra coisa. Claro que as tatuagens que tenho e os piercings que coloquei estão ligados a não apenas meu estilo de vida, mas também a questões estéticas, o problema é deixar este lado tomar conta de você e te controlar. Uma pessoa que não usa "nada", pode ser muito mais vaidoso que eu, por exemplo (este "nada" acima esta diretamente ligado ao fato de não ter nenhuma tatuagem ou piercing, mas usar um terno "Armani", uma Gravata “Louis Vuitton”, uma caneta “Mont Blanc”, Cuecas “Christian Dior” ou mesmo um relógio “Tag Heuer”). Vaidade é tudo aquilo que toma o espaço de Deus em nossa vida, o vazio completado pelo vazio. Alguém pode aparentar ser “a pessoa mais humilde de mundo”, e usar desta sua "humildade" para se alto promover, mostrando as demais que é mais humilde que elas (soberba). Estranho, né??? Mas, infelizmente, real. Fiz esta ressalva, a fim de deixar claro o meu ponto de vista acerca da sensualidade. Em um site “Gospel” (porque protestante e/ou evangelical não é e nunca será...), li certa vez que para cada piercing que uma determinada pessoa aplica, a mesma consequentemente "abre brechas" para um determinado demônio atuar em sua vida: Nariz - significa “domínio”; Sobrancelhas – “aprisionamento da mente”; Orelhas “aprisionamento em áreas específicas”; Umbigo – “males digestivos”; Lábios – “domínio da fala”; Genitais – “prostituição”. Será que os cravos colocados em nosso salvador abriram brechas para demônios no momento da crucificação??? Isto é ridículo, patético e sem nenhuma base hermenêutica nem exegética. Nada disto é mencionado na bíblia. Qual a fonte então??? Algum demônio disse, pois se está for à fonte, menos crédito devemos dar, pois é sabido de todos que ele é o "Pai da Mentira". Entristece-me saber que a falta de sinceridade, de conhecimento teológico e em casos extremos, de caráter em alguns ministérios, faz com que mentiras sejam ensinadas a pessoas simples, única e simplesmente por medo de se perder o controle das mesmas que ali congregam ou de ser criticado por pessoas religiosas e cheias de si, mas com muito pouco de Deus... ...e o pior, comprova a carência de bíblia e a falta de sabedoria de muitos evangelicalistas. PROIBIR É MAIS FÁCIL QUE ENSINAR... Deus nos abençoe muito. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHAMPLIM, RUSSEL N. - Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. - Ed. Hagnus. CHAMPLIM, RUSSEL N. - Enciclopédia da Bíblia Teologia e Filosofia - Vol. 6-S/Z - Ed. Hagnus. BOYER, O.S. - Pequena Enciclopédia Bíblica. - Vida. HARRISON, R.K. - Levítico - Introdução e Comentário - Ed. Mundo Cristão. MACHO, ALEJANDRO DIEZ; BARTINA, SEBASTIÁN - Enciclopédia de la Bíblia - Vol. 6-Q/Z - Ed. Garriga. YOUNG, BRAD H. - Comentário de Levítico - Bíblia de Estudo Plenitude. Vários Teólogos - Comentário de Levítico - Bíblia de Estudo de Genebra. BAGGIO, SANDRO – Material disponibilizado pela internet (pastor do Projeto 242 em São Paulo). FAGURY, SAMUEL LIMA – Material disponibilizado pela internet . CRUZ, VLADMIR BARBEIRO DA – Material disponibilizado pela internet. Textos encontrados em vários sites da Internet. Rodrigo Joubert é proprietário do Studio “Toast Body Art”, em Belo Horizonte – MG. Estudou Teologia no Seminário Teológico Evangélico do Brasil – STEB, com especialização em Grego pelo Departamento de Línguas Clássicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e pastoreou a Igreja Batista Nova Aliança, em Nova Lima, Grande BH. Atualmente congrega da Comunidade Caverna de Adulão.














2 comentários:

alexandro disse...

Rosangela muito bom saber q vc se interessou pelo assunto realmente o nosso corpo é templo do Espirito Santo.Obrigado continue participando e se possivel ajude-nos a melhorar colocando assuntos de extrema relevância para conhecimento e crescimento espiritual. abraços Xande e Nana..

Leandro Maciel disse...

Ficou muito bom este texto, pq esse é um tema vivido em quase todas as igrejas, eu mesmo já pesquisei antes sobre esse assunto o que os pastores falam a respeito. Pude observar que muitos são a favor e já outros muitos são contra. O Pr Daniel Mastral não tem nada contra a tatuagem e o piercing, para ele qdo Deus diz sobre não marcar a carne em favor dos mortos, Deus está proibindo um costume daquele povo naquela época que tinha esse costume, mas vendo pelo lado de hj muitas pessoas fazem tatuagens para estética e o Pr Daniel Mastral ainda lembra que não devemos tatuar nossos corpos com imagens satanista, simbologias, pessoas, etc... que devemos escolher e conhecer muito bem o significado da tatuagem que está pessoa quer fazer.

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